Caros vascaínos e vascaínas, saudações!
Neste dia 27 de março de 2021 temos o dever sagrado de reverenciar a memória de um dos maiores ídolos da História Maravilhosa do Vasco: Moacyr Barbosa.
A História desse Gigantesco ídolo do Vasco começou no seus nascimento há exatos Cem anos na cidade de Campinas (SP), filho de Emídio e Isaura e com quatro irmãos, onde cresceu como todo garoto de sua época, com as dificuldades que era imposta pela vida de muitos moradores da cidade como a que lhe acolheu. Ainda menino, nos campinhos de terra batida da periferia, teve seus primeiros contatos com a bola, com o falecimento do pai e dois de seus irmãos, o então jovem Barbosa teve de buscar ajudar a mãe e começou a trabalhar em um laboratório farmacêutico, enquanto jogava como amador no time da empresa e ainda jovem ingressou no modesto Comercial, clube já extinto da capital paulista, de onde sairia para defender o Ypiranga, também de São Paulo, já na posição de goleiro.
O destino começou a ser traçado para sua carreira quando ele foi indicado ao então treinador do Vasco, Ondino Vieira, pelo craque Domingos da Guia que tinha enfrentado Barbosa em partida contra o Corinthians. Barbosa aportou na Colina Histórica em 1944 mas nesse primeiro ano teve que buscar seu lugar dentro do elenco já que o Vasco dispunha de outros goleiros no time. Após algum tempo na reserva ele assumiu a titularidade e não largou mais.
Era o início do maior esquadrão formado pelo Vasco: O Expresso da Vitória. E Barbosa iria marcar seu nome para sempre na memória do torcedor vascaíno e logo depois chegaria a Seleção Brasileira.
Com o "Expresso" arrasando seus adversários um a um e Barbosa cada vez mais senhor da meta Cruzmaltina, a fama do Vasco ultrapassou as fronteiras e com o título do Campeonato Carioca de 1947 o Vasco foi o escolhido pela organização do primeiro torneio continental do mundo, o Torneio Sul-Americano de Clubes Campeões, que seria disputado em Santiago do Chile em 1948. Era a oportunidade para eternizar o time, o Clube e mostrar ao mundo o futebol brasileiro.
O formato da competição trazia todos os campeões nacionais em cada país, a excessão do Vasco já que o Brasil não tinha um campeonato nacional mas o Campeonato Carioca era o mais importante da época, e do Municipal do Peru que foi convidado em substituição ao Atlético Chalaco que resolveu não participar devido a série de jogadores com contusões.
Outro diferencial do Torneio Sul-Americano foi o inusitado da disputa de um troféu para cada partida ao vencedor. Eis que o Vasco conquistou além do Troféu America Del Sur, no formato de um condor-dos-andes, o de equipe de melhor defesa e todos os outros troféus das seis partidas do torneio. E, de quebra, Barbosa ainda parou a equipe considerada favorita o argentino River Plate de Di Stéfano após defender uma penalidade que, segundo historiadores não existiu, mas o expresso era tão mágico que sua história ganhou contornos de lenda.
Já na Seleção Brasileira, Barbosa conquista títulos em torneios continentais em 1947, 1949 e 1950, chancelando sua participação na Copa do Mundo de 1950 no Brasil após a Segunda Guerra Mundial, e uma vitória daria um grande status para o país perante as grandes nações. Mas como a maioria sabe, a pressão e a euforia exageradas, aliadas a falta de organização dos dirigentes brasileiros da CBD que menosprezaram o time do Uruguai e comemoraram antes da bola rolar, minaram o time que chegou à final de "salto alto" tornando a partida mais tensa do que o necessário.
Mesmo com o Brasil ficando em segundo lugar na competição, Barbosa não se abalou e levantou vários outras taças com a Sagrada Camisa do Vasco e é, até hoje, o maior detentor de títulos com a Sagrada Camisa do Vasco: 17 conquistas.
Após sua passagem vitoriosa pelo Gigante da Colina, Barbosa ainda esteve no Campo Grande do Rio, Santa Cruz de Recife, Bonsucesso no Rio e ainda foi treinador do Auto Esporte de João Pessoa (PB), por pouco tempo, no ano de 1978 mas como a saudade do Rio de Janeiro era muito grande, voltou. Aposentado do futebol, foi funcionário público da Suderj, estatal do Rio de Janeiro responsável pelo Maracanã por muitos anos, e depois de deixar o serviço público, foi viver seus últimos anos na cidade de Praia Grande (SP), já viúvo, onde conheceu sua filha do coração, Tereza Borba, guardiã de sua história e que vem lutando pela perpetuação de seu legado no futebol. Além de jogador, treinador e servidor público, o grande Barbosa ainda fez palestras falando de sua carreira por um curto período que ajudava o nosso herói a viver mais dignamente.
Em 7 de abril de 2000, exatamente no aniversário da "Resposta Histórica", a carta em que o presidente do Vasco renunciava ao direito de participar do Campeonato Carioca organizado pela recém criada AMEA, Associação Metropolitana de Esportes Athléticos, em 1924 e que foi fundada pelos clubes da elite do Rio com a finalidade de retirar do Vasco doze atletas negros e operários, neste dia Barbosa virou saudade.
Seu legado é Gigantesco, um grande ídolo que tem sua história marcada pelas vitórias e conquistas em tudo que disputou, e mesmo que as gerações atuais de torcedores do Vasco não o tenham visto jogar, demonstram respeito, carinho e admiração pela sua memória.
Títulos de Barbosa pelo Vasco da Gama:
1. Campeonato Sul-Americano de Clubes Campeões: 1948*
2. Campeonato Carioca: 1945*, 1947*, 1949*, 1950, 1952 e 1958
8. Torneio Início do Campeonato Carioca: 1948
9. Torneio Rio-São Paulo: 1958
10. Torneio Municipal de Futebol do Rio de Janeiro: 1945*, 1946, 1947
13. Torneio relâmpago de Futebol do Rio de Janeiro: 1944*, e 1946
15. Torneio Quadrangular do Rio: 1953*
16. Torneio de Santiago do Chile: 1953*
17. Torneio Octogonal Rivadavia Corrêa Meyer: 1953
(*) Títulos invictos.
Barbosa ainda conquistou título pelo Santa Cruz, e três grandes títulos continentais pela Seleção Brasileira.
Moacyr Barbosa, apesar de ter muitos motivos para ser uma pessoa mal humorada, sempre trazia no rosto um sorriso, era muito boa praça, gostava de alegria, viver em paz, e respeitar a todos. Brincalhão e amigo, quando era reconhecido como o Barbosa das conquistas e vitórias Cruzmaltinas, virava um menino, e gostava de contar as histórias que somente sua inesquecível carreira nos gramados foi capaz de produzir.
VIVA BARBOSA, 100 ANOS!
Créditos: Texto do Blog Paixão da Gama / Imagens: reprodução com edição, recolorização e otimização pelo Blog Paixão da Gama.
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